quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Pra ti Mulher


É pra ti mulher,
A pura essência da flor,
O símbolo da humanidade
Que foi feita do amor.
Força, charme, elegância,
Com sorriso encantador
Nas horas boas ou ruins
Sempre superando a dor.

Não existe mulher feia,
São diferenças naturais
Umas menos vaidosas
E outras que são fatais,
Loiras, negras, morenas,
Ruivas, índias, orientais
O que seria de nós
Se todas fossem iguais.

Seja vovó, mãe, tia,
Amiga, esposa ou namorada
Um homem sem mulher
Nesta vida não é nada,
Quando ao lado do homem
É parceira, amante, amada
Seguiremos para sempre
Unidos na mesma estrada.

Nossa Virgem Maria,
Santa mãe de Jesus,
Um dia também sofreu
Ao ver seu filho na cruz,
Ilumina nossas mães
Pro bom caminho conduz,
Para que não sofram tanto
Por quem deram à luz.

Amor de mãe é eterno,
E seu brilho incomparável,
Sua alma é pura
Seu esforço incansável,
É a soberana das jóias
Para o ciclo da vida
É assim que a comparo
Minha mãe querida.

Uma boa esposa
Todo homem sonha ter,
Esta mulher maravilha,
Motivo do meu viver
Às vezes me faz sorrir
Outras me faz sofrer,
De uma mulher eu nasci
Por uma mulher quero morrer.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Minha oito baixos

Esta é minha oito baixos companheira de gauchadas, que amadrinha minhas canções que falam sobre a pampa fronteiriça do meu país, aqui no garrão da pátria: Meu Rio Grande do Sul. Esta cordeona foi fabricada no ano de 1960, mas está cada vez melhor. Se alegra quando anima um fandango, e chora triste numa milonga quando a china vai embora. 

Açude em Catuçaba, São Gabriel


Espelho de Tropa


Açude espelho de tropa, que vem beber sua aguada
Açude que se banha a lua, Sob o silêncio da madrugada
Meu parceiro da esperança, que tem água mansa, Onde eu nadava,
Nas manhãs de domingo, eu banhava o pingo, para as carreirada.

Açude é fonte é vida para o verdejante do arrozal,
Onde brota a vertente correndo pro banhadal,
Passeia uma garça branca, Sobre as barrancas, do seus mananciais
Pra eles o mundo é pequeno, á noitinha pousava sereno,
Um bando de patos baguais.

Açude teve intimidade, com a donzela china Maria
Acariciando seu corpo sobre aquela pele macia,
Águas que guardam segredos, num abismo que até dá medo,
Da sua profundeza fria.
Águas que vão e que vem, se vaporando para o além,
Saciando a sede, noite e dia.

Churrasco na Fronteira



Churasco a moda da fronteira, com lenha de angico e espeto de madeira. Se abre um buraco no chão e vai assando de longe cultuando a tradição, a graxa pingando nas brasas e a fumaça subindo pro céu. Uma iguaria campeira que não existe igual quase sem tempeiro apenas botando sal. Uma carne gorda bem oreada num galpão de estância atravessando as madrugadas.

Bebedouro

Corredor de estrada seguindo dois aramados de quando em quando um bebedouro das tropas rumo ao matadouro lavando a baba dos assoliados.

Tarrã

Aqui, um casal de tarrã, aves que vivem em grandes banhados. Que vão se tornando extintas de acordo com a destruição da natureza, por ganância do homem. Essa ave é de uma beleza incrivel, um grito melódico sonorizando  as manhãs das primaveras.

Tapera

Rancho de Capim barreado

Este rancho de capim barreado, faz parte da histório do Rio Grande do Sul, serviu de moradia para os gaúchos por centenas de anos.   As paredes eram feita de pau-a-pique e depois barreadas. A cobertura era feita de santa-fé amarrada com taquaras e arame, o piso era de chão batido. No verão era fresquinho e no inverno era quentinho.

São Gabriel (Apartando na mangueira)

São Gabriel (Corredor afora)


Corredor da Estrada

Velho corredor sem fim,
Labirinto de estradas,
De rastros estão marcadas
Para sempre chão adentro,
De quem já dormiu ao relento
Marcando nossa história,
Em heróicas trajetórias
De comemorações e lamentos.

São apenas dois trilhos,
Sua existência será perpétua,
Serviu de cancha reta,
Pra carreirista do povoado.
Seguindo dois aramados
De quando em quando um bebedouro,
Das tropas rumo ao matadouro
Lavando a baba dos assoleados.

Areia pedra ou chão batido,
Com marcas do seu passado.
Uma cruz de cada lado
Onde tombaram peleando,
No ferro branco se tramando
Por uma lambança qualquer,
Beberagem ou ciúme de mulher.
Selvageria do ser humano.

Desfile Farroupilha 2007 Gravataí

São Gabriel (Churrasco na Vala)

Churrasco

Uma iguaria campeira
Que não existe igual,
Quase sem tempero
Apenas botando sal. 
O assador e a peonada
Um trago vão tomando,
Enquanto a carne gorda
No brasedo vai pingando.

Numa vala feita no chão,
Com espetos de madeira,
Era o sistema antigo
Usado lá na fronteira.
Se via de longe a fumaça
Numa manhã de primavera,
Subindo lentamente
Sumindo na atmosfera.

Com brasas de angico
O calor vai se formando,
No ponto ou mal passada
Com salmoura vai salgando.
Em todo o planeta terra
No interior ou capital,
Se assa um bom churrasco
Preferência nacional.

A festa do campeiro,
Não é festa sem churrasco,
Com uma faca carneadeira
E a canha no frasco.
O tropeiro quando vai
Fazer sua tropeada,
Sempre tem um bom churrasco
No pouso ou na sesteada.

Carregando sob os pelegos
Uma carne bem oreada
Era o sistema do tropeiro
Com sol ou chuvarada
Encostava a tropa n’água
Outro juntava os gravetos
Lenha de mato e macega
E a carne ia pro espeto

Um churrasco pra ser bom
Não pode ser lanhado
Deve manter a gordura
E nunca fazer picado
Não deixar passar da hora
Pra que fique suculento
É o melhor cardápio
Em aniversário ou casamento

Incomparável churrasco
Desde o tempo da pedra lascada
Quando o bicho homem
Fazia suas caçadas
Pra manter a sobrevivência
Pela lei da natureza
Churrasco nunca sai da moda
Eu afirmo com certeza

Anoitecer no Pago