terça-feira, 27 de outubro de 2009

São Gabriel (Churrasco na Vala)

Churrasco

Uma iguaria campeira
Que não existe igual,
Quase sem tempero
Apenas botando sal. 
O assador e a peonada
Um trago vão tomando,
Enquanto a carne gorda
No brasedo vai pingando.

Numa vala feita no chão,
Com espetos de madeira,
Era o sistema antigo
Usado lá na fronteira.
Se via de longe a fumaça
Numa manhã de primavera,
Subindo lentamente
Sumindo na atmosfera.

Com brasas de angico
O calor vai se formando,
No ponto ou mal passada
Com salmoura vai salgando.
Em todo o planeta terra
No interior ou capital,
Se assa um bom churrasco
Preferência nacional.

A festa do campeiro,
Não é festa sem churrasco,
Com uma faca carneadeira
E a canha no frasco.
O tropeiro quando vai
Fazer sua tropeada,
Sempre tem um bom churrasco
No pouso ou na sesteada.

Carregando sob os pelegos
Uma carne bem oreada
Era o sistema do tropeiro
Com sol ou chuvarada
Encostava a tropa n’água
Outro juntava os gravetos
Lenha de mato e macega
E a carne ia pro espeto

Um churrasco pra ser bom
Não pode ser lanhado
Deve manter a gordura
E nunca fazer picado
Não deixar passar da hora
Pra que fique suculento
É o melhor cardápio
Em aniversário ou casamento

Incomparável churrasco
Desde o tempo da pedra lascada
Quando o bicho homem
Fazia suas caçadas
Pra manter a sobrevivência
Pela lei da natureza
Churrasco nunca sai da moda
Eu afirmo com certeza

Nenhum comentário:

Postar um comentário